quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Inteiramente decifrado.

A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentada na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava bem há semanas. Meus subconsciente me alerta. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido, lembra? Não tem nada a ver com você, chato, bobo, imaturo, inseguro, não te ama, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! eu preciso saber. Então levanto da cama.
São 3 da manhã. Estou cansada. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora. Ok agora estou chorando. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já passou das três e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir, só um pouquinho.
Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô afim de ler, não tô afim de ver TV. Aquelas outras coisas que gosto de fazer pra me acalmar tô com preguiça agora, não tenho mais vontade sem você, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, o eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? eu sinto. Sim!
Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo uma virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Chega, vou acabar com essa palhaçada agora mesmo.
Tomo banho, me visto, pego a bolsa, entro no carro. Considerando que ele não mora nessa cidade, não sei exatamente o que eu pretendo com isso. Mas me faz bem enganar o cérebro e fazer de conta que estou indo atrás da verdade. Na verdade, eu vou só à casa de outro, preciso fazer qualquer coisa que não seja sofrer, mas não consigo, o outro não conhece os meus segredos, não tem aquele sorriso, nem aquela arrogância infantil. Passo em frente uma boate GLS, paro, entro e danço como nunca dancei antes, homens e mulheres se chegam, encontro amigos, mas não quero ninguém perto de mim. volto para casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhar de corações vermelhas atingiriam até o Japão. Mando um torpedo, quero falar com você, posso te ligar? Ele não responde. Ligo para ele, mas ele não atende. Ligo de novo. Cai na maldita caixa postal. Pronto, agora eu já sei. Depois de uma madrugada inteira de palpitações, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.
O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.


Brisa Feliz

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TEXTO LINDÍSSIMO! DECIFROU-ME TOTALMENTE.

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