estava no meio do trabalho ontem, em meio à conciliações, débitos e créditos enlouquecidos, me veio a paz, ou não. a inspiração, para falar de você, para refletir sobre tudo, eu, você, ela.
Talvez a culpa não tenha sido sua, não somente sua. Você não quis me encantar - na verdade não sei - e por mais que quisesse, eu me deixei encantar. Eu deixei o seu sorriso me levar, eu deixei suas palavras me iludirem, eu deixei meus olhos verem - ou talvez, bem provavel que, eu os tenha obrigado - através do físico, me deixei ir além da névoa. (Ah, se tudo isso fosse estórias de deuses, seria tão simples.) Eu quis ir além, mais do que você, e agora não estou falando em sentimento, nem de envolvimento, falo de permissão. Você não poderia me obrigar, por maior que fosse o seu poder sobre mim - que você não tinha, e ainda não tem, ideia de como é grande - o poder do seu sorriso, do seu toque. Era simples, era bom, era mágico, perfeição. Eu me deixei ser seduzida. E na verdade, a culpa não tem nada a ver com você. Eu me permiti, e esse erro - se é que se pode chamar assim - cabe somente à mim, afinal, eu controlo minhas emoções, eu deixo os meus pés seguirem, a minha imaginação voar, eu deixo meu coração plainar. Obvio, isso não é sempre, mas naquele momento - ah, aquele momento... - eu decidi assim. E quando quis que tudo fosse uma brincadeira, já tinha se tornado sério demais, porém, apenas para mim. E agora sim vamos ao sentimento e ao envolvimento. Sentimento qual você nunca teve, na verdade é um tanto quanto injusto eu dizer isso, afinal eu nunca soube. Não por A+B, não provado, não dito, ali na minha frente. Você sempre demonstrou, e diz que demonstrar é mais importante, e eu digo: é, é mais importante sim, quando a pessoa está ali com você!. Me diz, de que adianta então demonstrar quando você já está longe? Quando já está em outra, quando já está com outra? De que importa? De que eu importo pra você? Sabe, daria uma boa parte para ouvir você falar de mim para alguém, saber o que você realmente diria. Mas eai? E se o que você disser for a mesma coisa que você diz para mim? E se aquele descaso for a verdade? For o real sentimento? Eu não saberia o que fazer. As vezes tenho vontade de te escrever, e dizer tudo o que sinto, o que senti, e contar todos os perrengues que já passei por sua causa, por causa do seu sorriso, do seu toque, da sua voz, da sua magia. Não era nem corpo, sabe. Não consigo explicar, não consigo contar inteiro, não acredito que alguém realmente entenderia. Era presença, e só. Eu aqui, você ali do meu lado, ora segurando minha mão, ora com seus fones de ouvido, ser ora uma cançao ora traição. Só quero isso, mas sei que é impossível, e mesmo que não fosse, nada seria igual, afinal você está no coração dela, e ela no seu... e no meu? ah, o de sempre é claro - você, você e você - já não é novidade para ninguém.
nv
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