Já cansei de tentar profetizar um amor aqui, e posso fazer o discurso que quiser, pouco facilmente conseguirei enganar alguém... Mais uma história bonitinha, mas uma leveza, mais uma paz. E sei que não adianta falar: Desta vez é diferente! Pois igualmente das outras vezes fiz o mesmo, porém depois do tempo se tornaram iguais, esfriaram, normalizaram, tomaram-se formas. Eu não sei descrever – como sempre – o efeito que tudo isto tem me causado. Tem me deixado numa paz, sem palavras – notável, considerando o tempo sem textos por aqui – tenho ficado inquieta, com vontade de telefonar só para ouvir a voz, ver só para admirar, dar desculpas para tocar, poder segurar a mão. Mas tenho um bloqueio que acredito que seja a única coisa incontrolável em mim. Meu sendo de humor ultrapassa minhas vontades, e me escondo atrás deles. Faço piadinhas com coisas que eu gostaria verdadeiramente de estar fazendo – por alguns instantes ele também parece fazer isso – ou falando. Meu nervoso chega a ser hilário, a mão treme, a pele transpira, os olhos não param, a respiração tem contrações e o coração enlouquece por inteiro. Bate rápido, logo em seguida nem o sinto mais bater. E isto vem sendo constante. Porém não me conformo com esta minha indecisão, logo eu? Sempre tão decidida, fria, calculista, cheia de opiniões... chega a parecer uma comédia, mas é real. Não sei o que fazer, o chão some, e o ar se torna um elemento raro. Engraçado! Sempre fui atrás do que quis, sempre parti em disparada, fui à frente e sozinha... e hoje meus pés parecem não saber como se mexer. Me sinto estagnada, porém não me sinto mal, como disse, me sinto em paz. Estranho! Eu que sempre odiei parar no meio do caminho. Fico querendo saber dele, de seus atos, não por controle ou por perseguição, por segurança de onde depositar os sentimentos. Ridículo! Logo eu que sempre preferi correr todos os riscos possíveis. Eu deixei esse medo me tomar, e o pior, que eu nem sei em que ponto da vida foi que isso aconteceu... Só sei que hoje em dia investigo muito bem antes de me jogar, estudo bem o terreno, chega algumas lágrimas saltarem de medo, quando por não se agüentar mais o próprio sentimento sozinho se joga nesta terra nova, de tanto que minha razão insiste em segura-lo, este acaba escapando por entre os dedos. Isto é medo, de sofrer tudo de novo, de voltar a sentir toda aquela dor novamente, eu provavelmente não suportaria. A verdade é que eu me encanto facilmente, seja gentil, engraçado e saiba conversar – independente do assunto – e estarei encantada. Nunca escondi essa verdade de ninguém, porém espere passar algumas semanas e tente me manter interessada, é a única parte difícil. Me conhecer de verdade, saber verdadeiros gostos, saber interpretar olhares e sorrisos, afinal não são todos iguais e pelos mesmos motivos. Mas é lindo o modo como se importa com os meus atos, o jeito como tenta compreende-los e se envolver neles. Não de um jeito intrometido, de um jeito convidativo, cauteloso, lindo. Me enche os olhos de vida, faz o tempo passar rápido, faz um querer mais surgir, uma vontade louca de tocar, apertar e abraçar. Abraçar o mundo, abraçar-me, abraçá-lo. Faz o ambiente ficar bonito, e esta paixão se tornar gritante. Mas ai logo o medo volta, e a insegurança me toma. Logo estou eu novamente me enchendo de incertezas e hipóteses. Me fazendo ficar louca, entre um sim e um não, entre um eu e um nós.
nv
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