segunda-feira, 7 de maio de 2012

A instabilidade dos relacionamentos

É fácil mentir, dizer da boca pra fora, sair por aí e fingir que ser solteira é fantástico, não que não seja, é sim, mas como disse Veríssimo, tem hora que paquerar cansa, tem hora que o coração fala mais alto, e a vontade de ter alguém perto tem que ser saciada.
Dá vontade de ter alguém para ligar de manhã para dar bom dia, para chamar de amor, para dormir junto, para assistir filme no sofá num dia frio, para dividir a pipoca do cinema. Alguém para beijar no semáforo fechado, para passear de mãos dadas, para roçar os pés frios debaixo do cobertor, o coração pede!
Mas ao mesmo tempo queremos a liberdade, queremos poder voar. Em um dia qualquer que nos der uma raiva danada de qualquer coisa, queremos sair por ai sozinhos, para beber, ouvir músicas, andar, fumar um cigarro, ver pessoas desconhecidas e pensar na vida. Não é querer traição, não é desamor. São momentos naturais de todos os seres humanos, mas acontece que não compreendemos isso a não ser em nós. Porque se numa sexta-feira à noite, te dá uma raiva, uma solidão, bate aquela tristeza onde você só precisa ficar só para ficar bem, sua/seu namorada/o não irá aceitar, por mais compreensiva/o que sejas. Vai querer saber o porque de tudo isso, onde você vai estar, fazendo o que, pensando em que, e a que horas irá chegar em casa, e na realidade quem irá com você pois ela/e vai estar certa/o de que não irá sozinho/a. Aí no fim de tudo isso é mais fácil ir lá na casa dela/e, deitar, assistir  um filme, comer uma pizza, trocar alguns beijos, e depois voltar para casa. E de repente tudo aquilo que você quis ter, e sentiu falta quando estava solteiro, se torna um pé no saco. Tudo por falta de compreensão, ou por querer liberdade demais. Tem dois lados na história, e dependendo do ponto de vista, os dois tem razão.
E quando começo a pensar nessas partes instáveis de um relacionamentos, sem contar as odiadas crises de ciúmes. E lembro o quão difícil é achar alguém maduro, que não tenha frescuras, nenhum tipo de insegurança e picos de obsessão, e que tenha sonhos individuais, e não queira abrir mão deles, e mesmo assim queira construir sonhos e planos em comum, eu acabo vendo que ser solteira é sim fantástico, e às vezes muito mais do que suprir a carência de ter alguém. Que realmente é muito bom ser livre e auto suficiente, saber se fazer feliz sem parasitar ninguém.
nv

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