A vida muda constantemente, o cenário, as pessoas, até mesmo os figurantes mudam. Mas nunca pensei que teria que mudar tão a fundo.
Ora, eu tinha encontrado tudo que sempre quis, o homem do jeito que sonhei, e realizado este sonho, comecei a sonhar outros em conjunto com ele. Apartamento, noivado, casamento, tudo, tanto. Estava como prometido, dormindo tranquilamente embaixo do edifício mais uma vez, mas dessa vez era diferente. Eu via, eu sentia a diferença. Quando tudo desmoronou, mais uma vez.
Me vi sozinha, e com os planos ali todos partidos em pedaços. E vi que só tinha uma saída: me desfazer deles. Oi? Como assim? Me desfazer dos meus planos? Destes planos lindos, que ocupam a minha mente o tempo todo? Na-na-ni-na-não! Não vou! Eles são meus planos, tudo do jeito que eu sempre quis, não vou me desfazer deles, são tudo o que eu tenho. E o meu relacionamento perfeito? Tinham brigas, mas éramos felizes, havia cumplicidade, havia perdão, não, não pode acabar. Até que veio alguém, me puxou e disse: - Calma Nádia! A vida não é assim, senta ai!
E ai meu bem, sentada eu vi muitas coisas.
Vi que fiz de tudo para este relacionamento dar certo. Reconheci o homem da minha vida, e fiz de tudo para ele permanecer comigo. Fiz por ele coisas que nunca fiz nem por mim mesma, abandonei todos os meus planos, pelos nossos planos.
Vi que não tenho culpa alguma se ele resolveu levantar e ir embora, e simplesmente deixar esses planos para depois ou para nunca mais. E nem ele tem culpa. Ora, somos livres não somos? Fizemos planos, sim. Mas eles não eram contratos de vida eterna.
Então o que me resta é sim me desfazer destes planos, e digo que, no momento em que me desfiz, que abri meus olhos e tentei olhar além dos destroços que tinha à minha frente, não vi muita coisa boa, mas vi que também dependia de mim chutar as coisas ruins. E foi o que decidi fazer, e isso me deu um alívio no peito, tão grande. Que respirar fundo agora, é a coisa mais fácil que faço.
Não tenho mais em mim aquele peso que tinha, o peso do fracasso, o peso da solidão. O peso talvez de não ter sido perfeita, de não ter sido para sempre como eu quis que fosse.
Quis, e no fundo, ainda tenho esse sentimento em mim. Não, ele não deixou de ser perfeito e de ser o homem da minha vida por conta de abandonar tudo. Continua sendo o homem que sempre admirei, mas agora livre, e longe de mim. Dói? Sim, é claro. Ninguém gosta de encontrar o homem perfeito e deixar ele ir embora. Mas meu bem, eu fiz tudo que pude, e de mim ele tem a certeza que quero ficar para sempre. Então, já não depende mais de mim.
Talvez essa coisa toda de não ser o momento certo seja verdade, no fundo, realmente faz sentido. Se fosse, não haveriam tantas dúvidas, e tantas confusões. Não sei quais são os motivos para à sua existência, mas sei que também não devo ficar aqui esperando o momento das soluções delas, pois pode ser que quando elas forem esclarecidas a verdade não seja ao meu favor.
Então vamos viver o hoje, que o amanhã à Deus pertence. Planejar é bom, mas quando são planos que não tem um solo firme para se assentar, destrói a alma. E por isso ficamos assim, os planos no passado, e eu no presente reconstruindo minh'alma.
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