Hoje, ainda um pouco mais cedo, postei um pequeno trecho onde falava-se de rompimentos, da necessidade de fechar a porta; de amar tanto o outro, de forma que consiga enxergar que o melhor para si, para ele, e para os dois, não é permanecer juntos. Confesso que foi com muita dor que enxerguei isso, e com muito mais dor que me levantei, fechei a porta e sai.
Hoje, (embora não tenha se passado tanto tempo assim cronologicamente, mas em meu coração se passou, em minha cabeça se passou) vejo que infelizmente nem todas as pessoas são maduras o suficiente, para levantar-se, sair e fechar a porta, e muito menos para ficar enquanto o outro sai e fecha a porta. É realmente difícil, pois eu passei por isso; o meu caso não foi simplesmente levantar, fechar a porta e sumir, não! Eu fui deixada primeiro, mas quem saiu pela porta não a fechou, e isto me partiu em pedaços; pela fresta da porta, entrava uma luz que me permitia vê-lo, mas não me dava certeza se ele iria embora de vez, ou se retornaria. E como é ruim essa imagem indo e vindo, é um buraco imenso no peito que não nos deixa distinguir o que deve ser feito, o que é certo, ou o que é melhor. É preciso ser mais do que forte, para nessa situação, levantar-se, sair e fechar a porta.
Consegui, e não estou aqui tecendo méritos por isso. Demorei mais do que o necessário, mais do que o suficiente, mas também não me envergonho, pois, demorei o meu tempo. Não precipitei nada, nem adiei nada, soube me respeitar, e isso faz uma enorme diferença. Fechar a porta e seguir outro caminho, consiste em admitir para si mesma, que aquela vida com a qual se estava acostumada, não faz mais sentido agora, pode haver carinho, pode haver sorrisos quando vêm as lembranças, mas se não há saudades, o que se deve fazer é deixar o passado, simplesmente passar. Soa engraçado dizer e escrever isso, mas muitas vezes é o que acontece na vida da gente. A gente fecha a porta para que o passado não passe, e ficamos ali, remoendo, ressentindo, e nos ferindo a cada dia mais. Saber trabalhar os sentimentos, os ressentimentos, é o exercício perfeito para levantar, sair e fechar a porta no momento certo.
Mas infelizmente, nem sempre a outra parte da história também age assim, com naturalidade ao ser deixado, ou como no meu caso, ao retornar e encontrar a porta fechada e a casa vazia. Não compreendo, mas respeito; na minha concepção cada pessoa precisa do seu tempo para aceitar e administrar seus sentimentos, para tomar as rédeas que ficaram solta; a única diferença é a prioridade que cada pessoa dá para essa importante missão, alguns precipitam e querem segurar todas as rédeas de uma vez, assim machucam, caem, e tem de recomeçar; já outras tardam a tomá-las, e quando as enxergam, sentem raiva de quem foi e deixou as rédeas ali para serem controladas, ora, não podemos confiar que terá alguém ali segurando nossas rédeas, se nos mesmos não o fazemos, e nem damos motivos para que cuidem delas.
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