quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sobre o passado.

Eu sei o que a maioria pensa e fala sobre isso. O passado passou. Não vale a pena ficar comentando. Mas eu também sei que a maioria dessa mesma maioria não age bem assim. Somos cercados de hipocrisia o tempo todo, todos os dias; mas também não estou aqui para julgar quem é hipócrita e quem não é. Eu mesmo digo que o passado passou. E realmente o que aconteceu passou, não há como negar. As coisas mudam, os hábitos mudam, a rotina muda, você muda, querendo ou não. Mas existem coisas que não dá para não lembrar, não dá para não comentar; mesmo que seja assim: transbordando em palavras!
Há poucos meses eu sofri uma separação que julguei ter sido a pior coisa que poderia sentir na minha vida; hoje vejo que não é. E não porque sofri outras, nada disso. Mas sim porque sei que sofrerei outras separações, de pessoas que realmente se comprometeram com a minha vida e a minha felicidade {pais, familiares e amigos}, e que tudo o que aconteceu há poucos meses foi apenas a maneira mais bruta de abrir os meus olhos. E bruta por parte de quem? Dele? Não, minha mesmo! Eu não gosto de responsabilizar as pessoas, quem quer que seja, por coisas que eu mesmo tenho capacidade de fazer. As coisas aconteciam, eu sabia, eu via, mas não queria enxergar. Como meu pai disse enquanto eu ainda chorava o fim: Não vale a pena querer ficar num barco naufragado. E estava sim naufragado, não só ali naquele fim, mas há um bom tempo. Não falo isso cuspindo no prato que comi, não vejo assim. Eu vejo os momentos felizes, as coisas boas que houveram; se não houvessem eu não teria sofrido pelo fim - não é? Mas algo que também aprendi com o meu pai, é que: nenhuma situação, onde todas as pessoas envolvidas se empenham em solucionar os problemas, é um barco naufragado. E para me ensinar isso ele não disse uma só palavra, eu aprendi e aprendo todos os dias no amor e no cuidado dele com a minha mãe, e dela com ele também. Passado o tempo em que percebi isso, o sofrimento me deixou, e eu segui a minha vida tranquilamente em paz.
Mas as vezes alguns textos que leio por ai, vêm como um lapso de tudo o que passou, de tudo que aconteceu, e o que deixou de acontecer. E enfim hoje, lendo um desses textos, não me contive, e tive que escrever, é aquela sensação de é realmente isso. Mas em momento algum lamentei o fim, e entenderão o porque, segue um trecho:

"(...)


Acredito que a rotina seja o melhor teste para um relacionamento; e também o melhor estimulante para fazer diferente a cada dia. Um motivo para valorizar o amor da caminhada no parque, do pastel de feira, da carta escrita à mão, do bombom, da conversa até tarde no sofá, dos porres a dois. Cultivar o amor que não envolva apenas restaurantes caros e moderninhos, mas também as invenções na cozinha, o filme em casa no sábado à noite, a pipoca de panela, o cabelo desarrumado e a calça de moletom.
Parece óbvio, mas no alto do problema não conseguimos enxergar com clareza. Nos dias em que a crise surgir e o dia não for feliz como uma viagem à Paris, vista o luto, chore, sofra e volte mais forte, sem esquecer quem deu a você muito mais momentos alegres do que tristes. O amor verdadeiro sobrevive aos percalços do dia a dia."
Fernando Teixeira

E simplesmente por isso, porque sei que o que é meu, é meu. 
Não vai, não desiste, não solta.

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