É errado sabemos, mas já também não vemos jeito de parar. Meu chuveiro chama teu nome e os lençóis conhecem todos os teus atalhos. A casa só parece completa contigo e eu nem sei mais o que é ter prazer com outro alguém. Se tenho medo? Muito. De várias coisas. Inclusive de todo mundo descobrir. E o mais engraçado era que eu queria mesmo que o mundo soubesse. Amar em segredo é como respirar dentro de um saco plástico. Sim, é como ir perdendo o ar aos poucos e, quando se percebe, a sensação de asfixia aparece. Até o próximo encontro. As próximas unhas nas costas e o gozo junto. Até eu sentar em você e até nosso gemido preencher o quarto inteiro. Ou a casa. Ou onde quer que estejamos. A grande verdade é que a gente não sabe bem o que fazer agora com esse querer todo nas mãos e a vontade dos corpos que não para. E se eu te falto, você logo me acha. Se você me falta, minha boca te busca por aí. Não ficamos um sem o outro. Loucura. Fissura. Caminho sem volta que pode até ser errado, mas quem mandou seguir foi o coração. Burro. Idiota. Abarrotado de sentimento demais para conseguir voltar atrás agora.
Gustavo Lacombe
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