quarta-feira, 31 de julho de 2019

depois de um tempo, resolvi aparecer. há momento na vida que precisamos apenas desabafar; e quando desabafar com pessoas não é suficiente, meus desabafos escorrem pelos dedos nas teclas que estiverem mais próximas. sempre foi assim, e não seria agora que mudaria.

e antes de escrever, como de costume, li alguns dos meus próprios escritos. lendo o texto de 2017, escritos por esses mesmos dedos que neste momento correm este teclado, quase não me reconheci. lá falava tanto do sentir, de estar vivo, de viver o momento presente; e hoje, sofro justamente por não ter me permitido essas pequenas coisas. quando foi que a chave virou e comecei a me privar dessas coisas que eu mesma, com muito custo, descobri serem tão importantes para mim?

hoje, se eu pudesse voltar no tempo, doaria um pouco mais de tempo, de amor, de cuidado, de visão que enxerga o outro, e não o projeta.  me deixaria invadir por um amor que chegou, bateu e só encontrou as portas fechadas. e hoje, apenas hoje, eu consigo perceber o quão tola fui por não abrir as portas, as janelas, e até mesmo derrubar as paredes. quando o amor-cuidado vem, não precisa temer a nada. tudo é bom, tudo se ajeita, e tudo merece ser vivido.

eu não me deixei viver nenhum instante, e se hoje eu tiver que viver as consequências desta escolha, que seja pela última vez. que da próxima vez que a chance de um amor tão lindo rodear o meu espaço, que eu agarre, me abra e me deleite de todo este prazer.

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